segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

VESTIBULAR 2012 UEPA

Acabei de ler e resolver a parte de História da Universidade Estadual do Pará e confesso que tive um sentimento de "dever cumprido". A prova estava em um nível bem acessível para quem estudou, é lógico. A seguir, as questões da Prova:
14)
“A propriedade é um roubo”.
Pierre Joseph Proudon (1809-1865)
Reverenciado pelos anarquistas de todo o mundo, Proudon formulou esta frase que se
tornaria um dos grandes lemas do movimento operário em fins do século XIX e início do XX. De caráter libertário, o lema em questão coloca o anarquismo no mesmo patamar do socialismo, sobretudo no que se refere à:
a) luta contra a exploração dos trabalhadores e à exigência da extinção da propriedade privada.
b) reivindicação da igualdade de direitos e garantias salariais tanto para homens
quanto para mulheres.
c) defesa dos direitos dos cidadãos no que diz respeito à defesa da propriedade privada dos meios de produção.
d) criação de partidos de operários engajados na organização das greves e na
mobilização dos trabalhadores.
e) denúncia do corporativismo dos trabalhadores das fábricas e da criação de
organizações sindicais de trabalhadores.
GABARITO: A
15)
Documento 1
A transformação da pequena aldeia em grande urbe representa a destruição de todo e qualquer vestígio que lembre Manaus como antigo lugar da Barra do Rio Negro [...] No entanto, para que isso fosse possível, Manaus deveria passar por um grande processo de reformas que exige uma ordenação do espaço urbano, o disciplinamento
de seu uso, o emprego de instrumentos de controle que regulassem a vida manauense, através de dispositivos legais como as proibições de partir lenha, cozinhar, estender roupa e ferrar animais na rua [...];transitar com animais de qualquer tipo, nos passeios das ruas; cercar os quintais com madeiras; andar em público indecentemente trajado ou em completa nudez;[...].
(DIAS, Edinéia Mascarenhas. A Ilusão do Fausto - Manaus 1890- 1920. Manaus: Editora Valer,1999.p.47)
Texto 2
...uma série de melhoramentos foi realizada no espaço urbano de Belém, como pavimentação de ruas, construção de praças e jardins [...] limpeza urbana, tudo
isso controlado por um código de posturas.[...]Com a criação da Polícia Municipal por Antônio Lemos, o poder municipal vai interferir diretamente na vida cotidiana dos habitantes da urbe. Para dar um aparato legal às ordens emanadas do poder público, foram promulgadas novas Leis e Códigos de Posturas Municipais. Pelo Código de Posturas ficava proibido: fazer algazarra, dar gritos sem necessidade, apitar, fazer batuques e sambas; tomar banho nas praças e fontes públicas; chegar à porta ou
janela em traje indecente ou completa nudez. [...]
(SARGES, Maria de Nazaré. Belém: Riquezas produzindo a Belle Èpoque(1870-1912).3 ed.Bel~em:Paka-Tatu,2010,p.161,163)
Os documentos acima nos revelam:
a) a presença do Estado, nas duas urbes principais da Amazônia da borracha, opositora de formas de comportamento tradicionais dos seus habitantes e que exigia a adoção de novos hábitos que permitissem novo ordenamento urbano, em cidades limpas e esteticamente modernas.
b) as exigências impostas pela elite gomífera, que passou a ter ao lado do poderio econômico-financeiro, o poder político e para isso elabora Códigos de Posturas que segregavam a população pobre na periferia
das cidades, onde poderiam continuar com seus hábitos de moradores de “aldeias”.
c) mudanças radicais nos comportamentos da população manauara e paraense que, na sua grande maioria, apoiava as medidas adotadas pelos Intendentes das duas capitais amazônidas, pois desejava um saneamento moral e material das cidades.
d) o período de modernização das cidades amazônicas, Belém e Manaus, no final do século XIX e início do século XX, e o controle rigoroso do poder público sobre o comportamento dos habitantes das duas cidades, impondo-lhes um padrão de comportamento que se enquadrasse no modelo de civilização instituído pelas autoridades municipais.
e) que no final do século XIX, as capitais da Amazônia viveram um grande surto de desenvolvimento urbano, impelido pelo extrativismo vegetal e aurífero, o que provocou mudanças significativas de comportamento de seus habitantes, que passaram a imitar costumes e hábitos dos estrangeiros, que para cá vieram, atraídos pela possibilidade de enriquecimento fácil.
GABARITO: D
16)
Em sua estratégia para atrair militantes e adeptos do Partido Nazista, entrou em cena a propaganda dirigida às massas como o cartaz ao lado reproduzido ( de caráter anti-semita), o qual estimulava:
a) o preconceito étnico, a xenofobia aos estrangeiros de um modo geral.
b) a aversão aos judeus, culpados de acumular fortunas e explorar camponeses e operários.
c) o patriotismo e o heroísmo do povo germânico em busca de um modelo de homem nazista.
d) os alemães a glorificarem as suas origens, de um povo superior, sadio e de pureza étnica.
e) o combate à exploração desenvolvida pelos judeus sobre os camponeses e a defesa das ideias semitas.
GABARITO: B
17)
Texto
“Quem trabalha é que tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar
O bonde São Januário
Leva mais um operário
Sou eu que vou trabalhar
Antigamente eu não tinha juízo
Mas resolvi garantir meu futuro
Vejam vocês:
Sou feliz, vivo muito bem
A boemia não dá camisa a ninguém
É, digo bem”
(Wilson Batista e Ataulfo Alves. O Bonde de São Januário, 1941)
A letra deste samba de Wilson Batista e Ataulfo
Alves, gravado em 1941, exalta o valor do
trabalho como forma de enobrecimento do
homem. A composição adequava-se à linha
temática da canção popular abertamente
imposta (embora fosse oficialmente
“aconselhada”) pelo Departamento de
Imprensa e Propaganda da Ditadura
Estadonovista de Getúlio Vargas. No entanto, a
versão original deste samba, do ano anterior
ao carnaval de 1941, dizia que “...o bonde São
Januário, leva mais um sócio otário, sou eu
quem vou trabalhar”. A adequação dos
compositores do samba urbano carioca dos
anos 1940 às determinações da censura
política da Era Vargas sugere que:
a) o controle ideológico da ditadura foi
plenamente eficaz na implantação do
trabalho como valor predominante entre os
operários urbanos, integrando a população
negra e mestiça urbana brasileira à ordem
capitalista.
b) a consolidação do samba como música
símbolo da identidade brasileira e carro
chefe da difusão musical dos meios de
comunicação exigiu dos compositores a
superação da apologia da malandragem.
c) a superação da apologia da malandragem
era apenas aparente, já que muitas obras
de compositores populares se mantinham
na fronteira da contestação à exploração
capitalista e ao autoritarismo político.
d) havia um potencial latente revolucionário
nas composições de sambas que faziam, de
forma indireta, crítica social e estavam
afinadas com as ideias dos grupos políticos
de esquerda.
e) a internacionalização do samba brasileiro e
sua fusão com outros gêneros musicais
estrangeiros levaram os compositores a
alterar o foco temático das letras de samba.
GABARITO: C
18)
A “Revolução Cultural Chinesa”, também
chamada de “Grande Revolução Cultural
Proletária”, foi adotada pelo regime de Mao-
Tsé-Tung na década de 1960. Foi um
contragolpe político aos críticos do fracasso de
seu plano político-econômico “Grande Salto
para Frente”, dos anos anteriores, que
pretendia desenvolver o país segundo o
modelo de industrialização soviético. A nova
orientação política imposta por Mao e resumida
em seu “Livro Vermelho” conclamava os jovens
chineses, fieis à revolução, a denunciar
políticos e intelectuais com supostas
inclinações burguesas. Na verdade, a
propalada revolução cultural resultou:
a) num movimento de perseguição
generalizada política e social de todos os
críticos do regime maoísta, dentre eles
dirigentes políticos, artistas e intelectuais.
b) num verdadeiro salto adiante da Revolução
Chinesa, com a adoção de uma linha de
desenvolvimento econômico pautado na
agricultura e na criação de uma nova
estrutura política que perdurou nas décadas
seguintes.
c) numa aproximação com o regime do
Kuomitang (Partido Nacionalista),
estabelecido na ilha de Taiwan (Formosa),
política que entrou em declínio a partir da
morte de Mao em 1976.
d) num avanço no desenvolvimento das artes
e da cultura no país, em grande medida,
liderado por grupos maoístas partidários da
formação de um socialismo à chinesa, mais
aberto ao ocidente capitalista.
e) no rompimento com a União Soviética e
com a linha bolchevista adotada pelo
Partido Comunista Chinês, o que levou o
país ao gradativo processo de abertura aos
capitais internacionais.
GABARITO: A

AGORA, É SÓ AGUARDAR O RESULTADO E COMEMORAR. À GALERINHA QUE DOU AULA, TO ESPERANDO A LIGAÇÃO PARA A FESTA. ABRAÇOS!!!!

domingo, 4 de dezembro de 2011

NINGUÉM DIVIDE O PARÁ !!!

O Pará no próximo dia 11/12 viverá mais um momento histórico: A população decidirá sobre a separação do Pará em três estados. O Pará, que seria reduzido territorialmente, e a criação dos Estados do Tapajós e Carajás.
Sem entrar em detalhes técnicos, este blog possui a seguinte posição: NINGUÉM DIVIDE O PARÁ!!! Um dos argumentos trabalhados pelos defensores da separação é a ausência do poder público nessas regiões que agora querem se tornar estados. Concordo plenamente, entretanto, a criação de duas novas máquinas de poder público (Deputados, Governadores, Senadores, etc) não dá garantia de uma melhor assistência à população dessas regiões. Infelizmente nossa classe política é corrupta (salvo algumas exceções) e a criação de dois novos Estados só beneficiaria um pequeno grupo em detrimento da população que mais necessita.
Portanto paraenses, a luta tem que ser na direção de um governo do Pará ativo em todas as regiões do Estado, um governo que responda às necessídades do povo do Pará, mas um Pará, antes de tudo, Conservado na sua unidade. A solução não é a criação de mais políticos corruptos, mas sim de fiscalizar as atividades do Governo já existente no sentido de levar uma melhor qualidade de vida à todos do Estado do Pará.

sábado, 19 de novembro de 2011

SUGESTÃO DE LEITURA

Nesses últimos meses alguns livros que tratam sobre História estavam na lista dos "mais vendidos", entretanto, não eram produzidos por historiadores. Bem, agora a autora Mary Del Priore, Historiadora de formação, fortalece o orgulho da classe com a sua obra "HISTÓRIAS ÍNTIMAS". O livro trata da noção de sexualidade e erotismo na História do Brasil. FICA A DICA !!!

sábado, 22 de outubro de 2011

KAMIKAZES


O primeiro kamikaze lançado pelo Japão foi em 21 de outubro de 1944. A idéia foi do contra-almirante Takashiro Ohnishi que chegou a conclusão de que, a melhor maneira de causar danos ao inimigo era usar aviões carregados de explosivos e jogá-los diretamente contra os alvos adversários. As primeiras missões se revelaram um sucesso, mas tinha um preço: A vida do piloto.
A idade dos pilotos variava entre 25 aos 30 anos, mas ao final da 2° Guerra Mundial a responsabilidade recaía sobre os pilotos recém-saídos das escolas de pilotagem. Abaixo do uniforme utilizavam roupas de suicídios rituais. Escreviam cartas e poemas de despedida para as pessoas queridas. Além disso, bebiam uma água numa forma de ritual para buscar a elevação espiritual e subiam em seus “caixões voadores”.
Kamikaze significa “VENTO DIVINO”, evocação de como o Japão se livrou de ser invadido pelos mongóis de Kublai Khan, neto de Gêngis Khan. Esquadras mongóis, em 1274 e 1281, tentaram invadir a ilha em quatro mil barcos. Nas duas ocasiões, uma tormenta destruiu a maioria dos navios.
Ao final da Guerra, os kamikazes provocaram as maiores baixas aos norte-americanos, cerca de 5 mil homens morreram em uma única batalha por causa dos ataques japoneses. Em apenas um dia, 350 kamikazes desabaram sobre navios inimigos, entretanto, não salvou o Japão da derrota no conflito mundial.

FONTE: REVISTA AVENTURAS NA HISTÓRIA. EDIÇÃO 99 – OUTUBRO DE 2011.

domingo, 2 de outubro de 2011

O QUE ACONTECE COM BELÉM NO MÊS DE OUTUBRO?!

No próximo domingo, Belém viverá uma das maiores manifestações religiosas do mundo, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. O objetivo deste post não é entrar em nenhum tipo de discussão religiosa, mas apenas fazer uma homenagem aos paraenses que, sem dúvida alguma, nesta data, se comportam de uma maneira especial. Como não tenho palavras para explicar o que acontece em Belém no 2° domingo de outubro, faço uso das imagens, mesmo tendo a certeza que também não serão suficientes:
Trasladação


A Berlinda abençoando a multidão


Mar de gente unido pela fé

Sofrimento? Não, Amor.

Sacrifício? Não, satisfação.

O QUE ACONTECE EM BELÉM NO MÊS DE OUTUBRO?! UM FELIZ CÍRIO A TODOS!!!

sábado, 24 de setembro de 2011

PROFISSIONAIS DE OUTRAS ÁREAS ESCREVENDO SOBRE HISTÓRIA: O QUE VOCÊ ACHA?!

Estamos vivendo um período em que profissionais de outras áreas estão se "aventurando" pelo campo da História. Vejo dois aspectos nisso: O primeiro é positivo, pois de alguma maneira a História está chegando de forma mais atraente para a população digamos não acadêmica. Isso me leva a uma reflexão: Será que nós historiadores não devemos sair um pouco do nosso "castelo da erudição" e passarmos a produzir uma História mais acessível ao povo?". O segundo aspecto é negativo, pois a "invasão" de profissionais de outras áreas produzindo História nos leva a uma preocupação que é legítima: Que tipo de História está sendo produzida por esses profissionais? Levam em consideração a Historiografia já produzida? Respeitam os paradigmas da ciência História? Tenho uma postura bem definida sobre estes "mais vendidos de História" que estão sendo produzidos atualmente: São livros divertidos, que trabalham uma maneira não oficial de ver a História. Estimulam a leitura e aproximam a sociedade não acadêmica um pouco mais da História. Entretanto, não são produzidos por historiadores, e por isso tenho a consciência que estas obras não possuem uma responsabilidade historiográfica. Ponto!
Abraços e até a próxima!!!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA AMÉRICA LATINA

Após o sucesso de "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil", Leandro Narloch, agora em parceria com Duda Teixeira, nos contam algumas curiosidades sobre os "heróis da América Latina". "GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA AMÉRICA LATINA" vai desconstruir algumas imagens já consagradas de personagens como Che Guevara e Fidel Castro, por exemplo. A seguir, parte de uma entrevista concedida pelos autores à Livraria da folha:
Como foi que ocorreu a escolha de personagens do Guia? Vocês listaram os mais simbólicos e foram atrás dos podres de cada um, ou foi de outra forma?
LEANDRO: Nós fizemos uma lista dos personagens cuja história já sabíamos não condizia com os mitos criados em torno deles. Na apuração, descobrimos outras coisas e os capítulos foram crescendo.
DUDA: Se tivéssemos listados todos os personagens mais simbólicos primeiro e depois fossemos atrás dos podres deles não faria nenhuma diferença. Na América Latina, há uma incrível coincidência entre os heróis cultuados por todos e encrenqueiros. Somos mestres em adorar incompetentes e assassinos.
Como a história tem nos mostrado, todo ídolo tem lá suas maluquices antes (e durante) a "fama". Alguma das descobertas chamou mais a atenção de vocês?
DUDA: Fiquei um pouco chocado com as atitudes do Perón. A forma como ele seduziu jovens é chocante. Perón foi um aproveitador que fez pleno uso de seu poder como presidente para saciar seus desejos pessoais.
LEANDRO: Che Guevara, ainda na década de 60, reconheceu que o modelo econômico centralizado não funcionava. Isso foi uma surpresa para mim. Cinco décadas depois e os ditadores de Cuba ainda não entenderam isso.
Algum personagem ficou de fora?
DUDA: Pinochet. Não fizemos um capítulo sobre ele porque não havia mitos para derrubar. Ninguém sai por aí hoje dizendo que Pinochet foi um defensor dos direitos humanos, um pacifista ou um defensor da democracia -- como fazem com Che ou Allende.
LEANDRO: Talvez valesse um capítulo só contando que Pinochet é o grande responsável pela pujança da economia chilena. A ver...
Chegaram a reunir pesquisa e sentiram vontade de desmascarar alguém ainda vivo?

DUDA: Fidel Castro quase teve um capítulo dedicado só para ele. Foi por pouco. Preferimos focar no Che, pois o mito criado em torno dele é muito maior que a adoração em torno de Fidel, o qual é visto pela grande maioria como realmente é: um ditador. No final, optamos dedicar capítulos somente a pessoas que já faleceram.

LEANDRO: Fidel então deve entrar na próxima edição.
O capítulo que explora a vida de Che Guevara apresenta fortes passagens e talvez capazes de derrubar sua imagem do herói comunista latino. Acham que, a partir do livro, ele deixará de habitar o inconsciente popular de ser um cara legal? Do mesmo modo, estão preparados para serem contestados sobre o que escreveram?
LEANDRO: Em muitos casos, a adoração de Che Guevara se restringe a um ícone de massas, que muitas pessoas sustentam só para dizer "sou rebelde" ou "sou jovem". Isso vai continuar. Aqueles que usam Che para encampar uma proposta mais profunda, como "sou a favor dos trabalhadores" ou "sou contra a opressão dos mais fracos" devem se questionar um pouco após a leitura do nosso livro.
DUDA: Estamos preparados para críticas. Até agora não chegou nenhuma.
O Guia, no final das contas, deixa a América Latina sem heróis. Qual é o recomeço?
DUDA: Ao administrar um país, um governante não deve se espelhar em pessoas que ele julga grandiosas. Deve ser pragmático e repetir as políticas que deram certo em outras regiões, onde se reduziu a pobreza, melhorou o ensino e incentivou-se a economia. E essas políticas estão anos luz de distância dos heróis latinos.

LEANDRO: Mesmo assim, não há problema em admirar figuras do passado. É comum, em todos os países, jogar um brilho a mais em alguns personagens. Mas a América Latina bem que poderia admirar pelo menos homens comuns, e não sociopatas!
O projeto do Guia para por aqui, ou estão esperando certos personagens esfriarem para serem estudados sem maiores problemas? Seja no campo político, mas que também possa incluir o campo das artes, ciência e até esporte?
LEANDRO: Sim, devemos enveredar para um Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo e talvez sobre economia! Mas isso só em 2013 - nos próximos meses preciso cuidar do meu filho e jogar videogame.


Leandro Narloch é presença garantida na FEIRA PAN-AMAZÔNICA DO LIVRO no dia 07/05 às 20h. Ao paraense que gosta desta maneira não oficial de tratar a História, vale a pena conferir!!!!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A HISTÓRIA NAS PROVAS DE VESTIBULARES

Aqui em Belém, bem como em todo o Brasil, se aproxima o período das provas de vestibulares. E o educando, que disputa uma vaga no ensino superior, se pergunta: “Como deve ser minha postura para realizar uma boa prova?”
Pretendendo colaborar para o sucesso deste aluno vestibulando, este blog dará, ao longo desses meses que antecedem as provas, algumas dicas para que o discente realize uma excelente prova de História. Vamos a primeira dica:
1°) Fique atento para as fontes documentais utilizadas pelas questões. Quando temos imagens, textos, gráficos, ou fontes de outra natureza, podem ter absoluta certeza que a resposta da questão está nas fontes utilizadas. A grande maioria dos processos seletivos, quando aborda as ciências humanas (aqui destacaremos a História), o gabarito das questões está na própria prova. Vamos ao exemplo:
(ENEM 2008) A Peste Negra dizimou boa parte da população européia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo.”
Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky. The Black Death: a turning point in history? New York: HRW, 1971 (com adaptações).
O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV, sugere que
A) O flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.
B) A Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber médico.
C) A impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte, porque as vítimas eram poucas e identificáveis.
D) Houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior à Peste.
E) O drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os cadáveres não serem enterrados.
Gabarito: A
Comentário: A questão acima fez parte do Enem 2008. Notem que a resposta se encontra na última frase (acima destacada) do texto utilizado pelo elaborador. A questão aborda o período histórico conhecido como “Idade Média”, entretanto, a habilidade fundamental exigida do discente é a interpretação da fonte, no caso aqui, o texto. Aliás, as questões do Enem são muito mais interpretativas do que conhecimento de conteúdo propriamente dito.

Um forte abraço e até a próxima dica!!!!


sábado, 13 de agosto de 2011

O QUE HOUVE COM A REVOLUÇÃO EM CUBA?!

O Parlamento de Cuba (imagem acima) deu luz verde nesta segunda-feira a um plano de reformas econômicas que deve trazer mudanças importantes ao modelo comunista vigente no país. Entre as medidas está a comercialização de moradias, o que significa a volta da propriedade privada à ilha. A reforma foi aprovada pela Assembleia Nacional do Poder Popular, cuja sessão foi aberta pelo presidente Raúl Castro.
Castro vem defendendo reformas que possibilitem a criação de um mercado livre limitado desde que recebeu o poder das mãos do irmão, Fidel, em 2008. Com a aprovação do plano, os cubanos vão poder, pela primeira vez em 50 anos, comprar propriedades. A escassez de habitações é um dos grandes problemas da ilha, já que apenas a troca de casas é permitida (sem uso de dinheiro), o que provocou a criação de um mercado negro para a aquisição de moradias.
A compra de mais de um automóvel também será permitida. Ainda é prevista a eliminação de um milhão de empregos no setor público. Viagens ao exterior também serão facilitadas, assim como será autorizada a abertura de pequenos negócios.
O pacote com 313 medidas foi desenhado em abril deste ano, durante o Congresso do Partido Comunista.
Comunismo
Durante a sessão no Parlamento, o deputado José Luiz Toledo Santander, presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, ressaltou que, apesar da reforma, a Constituição de Cuba reconhece que o Partido Comunista "é a força dirigente superior da sociedade e do Estado", segundo o jornal Juventud Rebelde.
As mudanças ficam a cargo da Comissão de Implementação, que segundo o jornal irá definir, de maneira concreta, "o conceito de elementos teóricos do modelo cubano que se atualiza e propor normas jurídicas". A comissão tem ainda a missão de implementar um novo modelo de gestão nas empresas estatais de Cuba.

FICA A PERGUNTA: O QUE HOUVE COM A REVOLUÇÃO EM CUBA?!


FONTE: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5274727-EI8140,00-Cuba+aprova+reformas+que+permitem+propriedade+privada.html

sexta-feira, 29 de julho de 2011

CURSO DE PEDAGOGIA: TURMA "A" FAZENDO E REFAZENDO A HISTÓRIA!!!






"A EDUCAÇÃO É NOSSO PASSAPORTE PARA O FUTURO, POIS O AMANHÃ PERTENCE ÀS PESSOAS QUE SE PREPARAM HOJE" (Malcolm x)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

HISTÓRICO DAS CONQUISTAS AMOROSAS DE D. PEDRO I

Este blog, que já produziu um texto sobre as aventuras amorosas do Imperador D. Pedro I com Domitila de Castro Canto e Mello (Marquesa de Santos), traz agora algumas das outras conquistas amorosas de nosso primeiro Imperador:
A DIVA PORTUGUESA: Ludovina Soares da Costa chegou ao Brasil com o marido, o ator João Evangelista da Costa, e se tornou um grande sucesso nos palcos do RJ, como no real Teatro de São João, onde encenou a ópera “A caçada de Henrique IV”.
A ATRIZ URUGUAIA: Maria Del Carmen Garcia. De seu suposto caso com o imperador do Brasil teria dado à luz a uma menina em 1828.
SENHORINHA: Ana Rita Pereira da Cunha (1808 – 1861) se casou com um homem bem próximo de D. Pedro, o barbeiro Plácido Antônio Pereira de Abreu (1780 – 1842). Era filha do Marquês de Inhampube, ministro e senador do Império.
A ESPOSA DO GENERAL: Maria Joana era casada com o general Antônio Correia Seara (1802-1858) , combatente na Confederação do Equador (1824), na Guerra da Cisplatina (1825-1828) e na Sabinada (1837-1838).
A NEGRA QUITUTEIRA: Andreza dos Santos era escrava do Governo da Ajuda, no Rio de Janeiro, e especialista na arte de fazer Quindins. Uma menina, nascida em 1831, teria sido o resultado de seus encontros furtivos com o Imperador.
A FILHA DO BIBLIOTECÁRIO: Anna Sofia Steinhausen Achuch era enteada do austríaco Roque Schuch, professor do Museu Nacional de Viena, bibliotecário particular de D. Leopoldina e mais tarde diretor do Gabinete Mineralógico de D. Pedro II. Foi mãe de Augusto.
LUIZINHA: Luísa Clara de Meneses encantou D. Pedro na viagem a Minas Gerais antes da Independência. Na corte, em encontros furtivos com o príncipe, engravidou. Casou-se com o militar José Severino e foi mãe de Mariana Amélia.
TUDINHA: Gertrudes Meireles de Vasconcelos conheceu o então príncipe regente em Minas, no inicio de 1822. A paternidade de seu filho, o oficial da Marinha Teotônio Meireles da Silva, é atribuída a D. Pedro.
A JOALHEIRA: Régine de Saturville era esposa do judeu Lucien de Saturville, joalheiro estabelecido na Rua do Ouvidor. Conheceu o Imperador na loja do marido e passou a recebê-lo no Hotel Pharoux depois que Lucien voltou para a França, acusado de contrabando.
ZINDINHA: Adozinda Carneiro Leão era sobrinha e filha de criação de José Fernando Carneiro Leão, Conde de Vila Nova de São José (1782-1832), amante de D. Carlota Joaquina. De seu relacionamento com D. Pedro teria nascido uma menina em 1821.
Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional, Edição de Janeiro de 2011.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

DICAS DE LEITURAS

Após quase um mês de inatividade o HISTÓRIA, EDUCAÇÃO, E CULTURA volta indicando aos leitores deste blog duas obras que abordam o universo da teoria da História: A primeira é da coleção “Primeiros Passos” e se chama “O QUE É HISTÓRIA” da autora Vavy Borges. A segunda obra de título “TEORIA DA HISTÓRIA” é de Pedro Paulo Funari e Glaydson da Silva.
Os dois livros são indicados para aqueles que ainda estão iniciando suas caminhadas no campo da História. Ambos apresentam uma linguagem simples, objetiva, e certamente fornecem a base teórica inicial necessária para o profissional de História.
BOA LEITURA!!!!


sábado, 4 de junho de 2011

AMOR NOBRE


Na sociedade homérica, fazia parte da cultura grega a prática do amor entre os homens. Tal prática cultural foi denominada como “AMOR NOBRE”. Mas por que esta denominação?
Para entendermos tal conceito precisamos nos livrar das noções de sexualidade atuais. Para começar, tal prática ocorria sem que houvesse o sentimento de culpa, que se origina com o Cristianismo. Outro aspecto importante, os gregos desconheciam o conceito de homossexualidade tão debatido atualmente. Por isso, a prática do “amor nobre” acontecia sem que a masculinidade de seus praticantes fosse questionada. Dito isto, o que seria o “amor nobre”?
O amor era considerado nobre porque se baseava nas afinidades de idéias, na relação de aprendizado, a chamada pederastia. Na verdade, o “amor nobre” funcionava com finalidades educativas, como se fosse uma relação entre professor e aluno. Por isso, tal prática cultural geralmente envolvia adultos e meninos.
Portanto, o “amor nobre” grego vai muito além da prática do sexo entre homens, envolvia uma dimensão mais complexa de crescimento pessoal. A troca de conhecimento e o caráter pedagógico foram características marcantes desta prática grega.

domingo, 22 de maio de 2011

FILMES SOBRE O NAZISMO

"A QUEDA" tem seu roteiro baseado em relatos de Traudl Junge, secretária pessoal de Hitler, e no livro do escritor Joachin Fest, a maior autoridade mundial em nazismo. O filme mostra as últimas horas de vida do homem que mudou a História para sempre. Fica a dica!!!



Neste filme, Kate Winslet interpreta uma ex-guarda nazista que se mostra incapaz de compreender a dimensão de seus atos. Vale a pena conferir!!!

domingo, 15 de maio de 2011

100 SEGUIDORES!!!


É com muita alegria e satisfação que comunico a marca de cem seguidores do HISTÓRIA, EDUCAÇÃO, E CULTURA. Agradeço a todos e todas que visitaram nosso blog, que ao longo desses anos sempre buscou a divulgação de uma História crítica, fugindo daquele tradicionalismo de nomes e datas que acabam por matar a História lentamente.
É justo também enviar uma “SAUDAÇÃO ESPECIAL” aos blogs mais próximos, àqueles que sempre nos visitam, os chamados blogs parceiros: SAIBA HISTÓRIA, CHH, GOLIARDOS, REMEXENDO O PASSADO, HISTÓRIA PENSANTE. Sempre por uma História Crítica!!!
Aos que passaram por aqui apenas uma vez, também se sintam abraçados!!!

domingo, 8 de maio de 2011

LATRINA ROMANA: UM LOCAL IDEAL PARA CONSEGUIR UM JANTAR


O vaso sanitário que conhecemos hoje, ligados a uma rede de esgotos, só se tornou popular no século XIX, na Inglaterra. Em Roma, no século 6 A.C, as pessoas se “aliviavam” usando latrinas coletivas que despejava os “materiais indesejados” em locais com água corrente constante até o rio Tiber.
Entretanto, os banheiros romanos estavam longe de oferecer privacidade às pessoas que precisavam se “aliviar”. Sua estrutura era formada por uma fileira de assentos de pedras estrategicamente instaladas sobre canais de água corrente bem como também oferecia esponjas para a limpeza das partes íntimas.
Mas quem pensa que a falta de privacidade dos banheiros públicos romanos incomodava seus moradores, está muito enganado. Pelo contrário, as latrinas públicas eram excelentes pontos de encontro, locais onde as pessoas desenvolviam laços de sociabilidade, algumas até conseguiam convites para um bom jantar como observamos nos versos de Marcial (séc. I):
VACERRA GASTA HORAS EM TODAS AS PRIVADAS
SENTADO O DIA TODO
VACERRA NÃO QUER CAGAR, E SIM JANTAR

Já imaginaram a situação?!

FONTE: AVENTURAS NA HISTÓRIA (EDIÇÃO 93).

segunda-feira, 25 de abril de 2011

SUGESTÃO PARA O ENEM




O Minimanual Compacto de História do Brasil e o Minimanual Compacto de História Geral (ambos da Editora RIDEEL) se mostram como boas alternativas para a preparação do discente à prova do ENEM. Além de contar com um formato prático, fácil de transportar e manusear, também apresentam uma linguagem acessível e objetiva para o aluno realizar uma boa prova de História. Os Minimanuais também “quebram uns galhos” para o professor que está sem tempo de pesquisar para a elaborar seu plano de aula. Vale a pena conferir!!!
Obs: O blog não ganha nenhuma forma de comissão pelas vendas dos Minimanuais (rsrs).

domingo, 17 de abril de 2011

CAÇADORES DE RELÍQUIAS


“Caçadores de Relíquias” é um programa de TV que exibe o trabalho de dois caras (Mike Wolfe e Frank Fritz) que percorrem as estradas dos EUA em busca de qualquer objeto que eles possam revender e lucrar com o negócio. O legal do programa é que, durante as buscas, eles reviram grandes armazéns, porões, garagens, ferro velho, e a cada objeto encontrado é relatado a história do mesmo. Desta forma, eles vão contando a História dos EUA de “pouquinho em pouquinho”. Vale a pena conferir. “Caçadores de Relíquias” é exibido aos domingos às 22 horas no History Channel. Fica a sugestão !!!!

sábado, 9 de abril de 2011

O QUE FIZEMOS COM O ÓCIO GREGO?!


Hoje, para nossa sociedade contemporânea, falar em ócio é falar em coisa de vagabundo, em tempo desperdiçado. Entretanto, este conceito é fruto de uma interpretação burguesa que, no século XVIII, com o início da industrialização, passou a dar uma conotação negativa à idéia de ócio, uma vez que não seria interessante para esta burguesia aceitar o tempo livre do trabalhador assalariado.
Agora, vamos voltar alguns séculos atrás e lembrarmos os nossos amigos gregos lá na antiguidade: O ócio grego possuía um conceito bem diferente. Para eles, esta noção tinha raízes aristocráticas e estava diretamente relacionado à idéia de liberdade (eleutheria), que por sua vez se relacionava ao fato de não se ter a obrigatoriedade de trabalhar.
Mas essa elite grega precisava de liberdade para quê? Será que era para ficar na “vagabundagem”? É claro que não. O tempo livre teria uma utilidade fundamental para os gregos: Permitiria a dedicação à vida pública bem como à reflexão sobre o mundo. O ócio ainda proporcionaria ao grego a oportunidade de se dedicar a diversas questões estimulantes.
Enfim, o conceito que temos hoje de ócio é bem diferente da noção grega. O trabalho foi tão bem feito pela burguesia que quando não estamos trabalhando temos a sensação de prejudicar alguém. É necessário urgentemente que resgatemos o ócio grego (rsrs). Até mais!!!

Para saber mais, ler "Grécia e Roma" de Pedro Paulo Funari.

domingo, 3 de abril de 2011

"Eu queria muito tocar no Amazonas. Imagina você tocar no meio do mato. Não sei como é o público de lá, não sei nem se tem gente, civilização".


O título deste post faz parte da resposta de Thomas, baterista da banda restart, quando perguntado sobre aonde o grupo gostaria de se apresentar. Se fosse há alguns anos atrás, certamente minha resposta a este episódio seria agressiva e potencializada por um regionalismo nortista exacerbado. Entretanto, prefiro substituir esta reação agressiva por uma reação pautada em algumas considerações históricas:
É fato que a região norte ainda é representada no pensamento da maioria das pessoas da região sul e sudeste como um lugar de natureza exuberante e até selvagem, com jacarés dividindo espaço com as pessoas nas ruas, e índios, muitos índios em tudo que é parte (particularmente lamento que não existam mais índios em minha cidade, pois é um povo nobre). Mas não devemos ser rígidos com Thomas (baterista da tal banda) e nem com as pessoas que ainda pensam assim, pois a falta de inteligência desses indivíduos tem suas raízes lá no processo de formação histórica de nosso país.
É só lembrarmos que nossa Independência política (o famoso 7 de setembro) provocou reações diversas nas províncias brasileiras. Enquanto Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais se beneficiaram com a separação política de Portugal, outras províncias como o Grão-Pará, Pernambuco e Bahia, por exemplo, viam o fato histórico com olhares não tão positivos para a economia de suas regiões. O que estou querendo dizer é que, as diferenças regionais do Brasil, não nasceram hoje, mas sim tem origem lá no início de nosso processo de formação histórica.
Para finalizar, não quero aqui gerar nenhuma forma de xenofobia para com o sul e sudeste do país ( regiões encantadoras), bem como também sou consciente que existem pessoas (os seguidores deste blog, por exemplo) destas mesmas regiões que não compactuam com a declaração lamentável do baterista da banda.
Enfim, por ser um tema delicado, prefiro ficar por aqui. Apenas uma observação: Quem viu o engajado rock nacional dos anos 80 lamenta que bandas como restart estejam no cenário nacional influenciando a forma de pensar de nossa juventude.

sábado, 26 de março de 2011

"GRÉCIA E ROMA"


Confesso que História Antiga nunca foi meu forte, entretanto, “GRÉCIA E ROMA” produzido pelo Professor Pedro Paulo Funari, tem se mostrado uma excelente opção para me aventurar no mundo dessas civilizações que, ainda hoje, influenciam intensamente o funcionamento de nossa sociedade.
“GRÉCIA E ROMA” faz parte de uma coletânea maior intitulada “Repensando a História” da editora Contexto, organizada pelo Professor Jaime Pinsky. O livro apresenta uma linguagem simples e objetiva e é ideal para o Professor que deseja se libertar de alguns vícios que o ensino tradicional de História nos oferece. PORTANTO, FICA A DICA !!!

Obs: Antes que alguém pense, não vou ganhar nenhum tipo de comissão (rsrsr). Apenas achei o livro interessante. Abraços !!!

sexta-feira, 18 de março de 2011

D. PEDRO I: O IMPERADOR GARANHÃO.


Já não é de hoje que a vida amorosa do primeiro Imperador do Brasil ganha destaque nos meios de comunicações especializados em História ou não. Já tivemos livros, revistas e até mesmo uma minissérie global divulgando digamos “a vida amorosa nada comportada” de D. Pedro I. Para vocês terem uma idéia, durante a fase adulta, nosso Imperador acumulou 18 filhos conhecidos, com duas esposas e cinco amantes. Alguns ainda afirmam que somados os filhos conhecidos e os “não conhecidos” essa conta chegaria a 120. Mas de todas as aventuras amorosas de Pedro I, sem dúvida, a mais famosa foi com a Marquesa de Santos Domitila de Castro Canto e Melo.
A aventura com a Marquesa de Santos rendeu para a História do Brasil mais de 170 cartas, algumas com conteúdos bem inusitados para quem ocupava a posição de Imperador do Brasil. Por exemplo, em algumas cartas, talvez influenciado pelo fogo da paixão (rsrs), D. Pedro I acabava se empolgando e assinava suas confissões amorosas como “O DEMONÃO” ou “FOGO FOGUINHO”. Em outras cartas, o erotismo tomava conta das linhas: “REMETO-TE O PAR DE MEIAS PRETAS, E NÃO AS CALCE SEM OUTRAS POR BAIXO”(02 de Dezembro de 1827). Nosso Imperador também gostava de citar nas cartas sua própria genitália: “TUA COISA ESTÁ SEM NOVIDADE, ESTÁ BOA, E AS ÁREAS TÊM DIMINUÍDO, E AGORA JÁ AS NÃO DEITO TÃO FINAS, E POR ISSO A URINA VEM CLARA”. No trecho da carta em questão a “tua coisa” era sua genitália e pelo conteúdo dá a impressão que, ao se relacionar sexualmente com a Marquesa, o “Pedrinho” contraía uma doença venérea. Em outra carta, chamou sua genitália de “MÁQUINA TRIFORME”. Mas também existiam cartas românticas como a enviada na data de seu aniversário: “MINHA FILHA, JÁ QUE NÃO POSSO ARRANCAR MEU CORAÇÃO PARA TE MANDAR, RECEBE ESSES DOIS CABELOS DO MEU BIGODE, QUE ARRANQUEI AGORA MESMO” (12 de Outubro de 1827).
Portanto, este post buscou abordar alguns aspectos da vida amorosa de D. Pedro I, dando destaque à sua aventura amorosa com a Marquesa de Santos, relação esta que rendeu documentos digamos singulares para a História do Brasil. Até a próxima!!!
Para a produção deste post foram consultadas como fontes a revista Aventuras Na História “1822 A Independência do Brasil” e o livro “1822” de Laurentino Gomes.

sábado, 12 de março de 2011

CABANAGEM

O post a seguir foi produzido no início de vida deste blog, lá em 2009, e agora trago novamente para o conhecimento dos novos leitores que o espaço conquistou. Vamos a ele!!!

Associar a Cabanagem (Movimento social ocorrido na então Província do Pará, no período oficial de 1835 - 1840, e que envolveu sujeitos de diversas etnias e classes sociais motivados por razões também diversas de ordem econômica, sociais e religiosas) à luta pela liberdade é uma memória recente produzida pelo século XX. Recentemente a prefeitura de Belém sob administração de Edmilson Rodrigues fazia com maior intensidade esta associação e daí surgiram alguns títulos para o então prefeito e sua forma de governar: "Governo Cabano". O fato é que, relacionar a Cabanagem à luta pela liberdade e por direitos sociais principalmente das classes populares, é algo muito recente e relacionado à historiografia do século XX. Nos oitocentos, o movimento cabano era associado à desordem e anarquia e, portanto, era tido como uma "dolorosa recordação". Seus participantes eram vistos como "facínoras" e provocadores de um "tempo de malvadeza". Esta visão ocupou o imaginário dos sujeitos durante toda a 2° metade do século XIX. Enfim, nem sempre a Cabanagem foi sinônimo de lutas pela garantia dos direitos sociais dos mais humildes, nem sempre significou luta pela liberdade. Isto é uma construção do recente século XX.

Para saber mais sobre as memórias da Cabanagem ver o artigo O Doce Treze de Maio. O abolicionismo e as visões da Cabanagem, Grão-Pará - século XIX de José Maia Bezerra Neto.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

DERRUBANDO ALGUNS MITOS SOBRE A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL.


Este post tem como objetivo derrubar alguns mitos sobre o trabalho escravo negro no Brasil. Para isto, colocamos abaixo os três maiores equívocos sobre escravidão negra presentes nas aulas de História. Vamos a eles:
1 – NINGUÉM SE ACOSTUMA AO TRABALHO ESCRAVO: É muito comum esse papo de que os negros se acostumaram ao trabalho escravo, diferente do índio, que sempre se apresentou mais rebelde, daí a opção pela mão-de-obra negra. Ninguém se acostuma ao trabalho escravo. O negro nunca aceitou a escravidão. Suas lutas, suas revoltas, suas resistências provam isso. É uma pena que a maioria de nossos professores de História insistam em trabalhar escravidão negra através do olhar do dominante.
2 – O NEGRO NÃO VEIO AO BRASIL, MAS FOI TRAZIDO: Num primeiro momento, essa discussão de expressões (“veio”, “trazido”) parece meio sem sentido, neutra, mas acredite, ela é bastante significativa e nos revela uma dolorosa realidade do trabalho escravo negro no Brasil. Quem vai a algum lugar, vai porque tomou a decisão de ir, ou seja, foi uma ação realizada por opção própria. Agora, ser trazido gera a idéia de passividade. A ação que ocorre não é uma opção minha, mas sim é algo contra ou a despeito da minha vontade. Por isso, afirmar que o negro veio ao Brasil é escamotear uma violenta realidade do escravismo em nosso país. (Sobre o tema ver A ESCRAVIDÃO NO BRASIL, de Jaime Pinsky)
3 – A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL NÃO ACABOU PELA BONDADE DE UMA PRINCESA OU POR PRESSÃO INGLESA EM BUSCA DE UM MERCADO CONSUMIDOR: É muito comum nas aulas de História da tia “Raimundinha” ouvir falar que o protagonismo do fim do trabalho escravo negro no Brasil ocorreu pela piedade de nossa princesa Isabel ou pela intensa pressão inglesa sedenta por nosso mercado consumidor uma vez que precisava escoar sua produção potencializada pela Revolução Industrial. Até parece que após o fim da escravidão, nossos negros, agora homens livres, saíram ricos, cheio de dinheiro para comprar produtos ingleses (rsrs). Por isso, não se engane, o responsável pelo esgotamento do trabalho escravo negro no Brasil foi o próprio negro. Sua força de vontade, sua resistência, sua revolta, e sua sede por liberdade foi que arrebentou a corrente do trabalho cativo no Brasil.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

THOMAS JEFFERSON: "CASA DE FERREIRO, ESPETO DE PAU".


Thomas Jefferson entrou para a História por sua importante participação na Independência dos Estados Unidos, se tornando o principal autor da Declaração em 1776. A Declaração da Independência dos Estados Unidos foi o documento no qual as Treze Colônias na América do Norte oficializavam a ruptura com o Reino Unido iniciando a trajetória de um país que, séculos depois, se tornaria a maior potência do planeta. Tal documento (ver figura abaixo) significou um importante avanço no campo dos Direitos Humanos, pois defendia ideais como Igualdade e Liberdade entre os homens.

O que poucos sabem é que, Thomas Jefferson, quando escreveu a Declaração de Independência dos Estados Unidos, era proprietário de 150 escravos e ganhava a vida, principalmente, através do tráfico negreiro. Como bom representante da aristocracia rural, passou a vida rejeitando qualquer proposta de abolição da escravatura. O que me faz lembrar o velho ditado popular “casa de ferreiro, espeto de pau”.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

PEDRO AMÉRICO E SUA FAMOSA TELA "INDEPENDÊNCIA OU MORTE".

O famoso quadro “Independência ou Morte”, também conhecido como “O Grito do Ipiranga”, de Pedro Américo, é indiscutivelmente o maior símbolo de nossa ruptura política com Portugal. Chega até ser automático, quando lembramos do acontecimento de 7 de Setembro de 1822, nos vem logo à cabeça o tal quadro (ver abaixo).

O que poucos sabem é, que Pedro Américo, autor da obra, teve uma importante “fonte de inspiração”: 1807, Friedland, de Jean-Louis Meissonier. Na obra, o artista francês retrata a vitória de Napoleão na batalha de Friedland (ver abaixo).

Notaram as semelhanças? Então vamos apontá-las: 1) Os personagens centrais Dom Pedro e Napoleão estão sobre um plano mais elevado em relação aos demais elementos da obra. Tal representação tem uma função: Exaltar o protagonista do acontecimento histórico; 2) Os dois fazem os mesmos gestos: Napoleão com o chapéu e D.Pedro com a espada; 3) Ambos são acompanhados de suas comitivas e são reverenciados por uma cavalaria que forma uma plateia bastante entusiasmada; 4) A marcante presença dos cavalos, animais que dão um certo tom de movimento às obras.
Agora faça sua própria análise: O símbolo maior de nossa Independência é plágio ou não?
Para saber mais sobre a temática ver Revista Aventuras na História "1822 A Independência do Brasil", edição de colecionador.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA HISTÓRIA DO BRASIL

Se alguém chegasse até você e afirmasse:
1 – “ZUMBI TINHA ESCRAVOS”.
2 – “A ORIGEM DA FEIJOADA É EUROPEIA”.
3 – “QUEM MAIS MATOU OS ÍNDIOS FORAM OS ÍNDIOS”.
4 – “GILBERTO FREYRE ADMIRAVA A KU KLUX KLAN”.
5 – “OS PORTUGUESES ENSINARAM OS ÍNDIOS A PRESERVAR A FLORESTA”.
6 – “SANTOS DUMONT NÃO INVENTOU O AVIÃO”.
7 – “LAMPIÃO É O PAI DO BREGA”.
8 – “ALEIJADINHO É UM PERSONAGEM LITERÁRIO”.
9 – “GREGÓRIO DE MATOS ERA UM DEDO-DURO”.
10 – LUÍS CARLOS PRESTES “O REVOLUCIONÁRIO TRAPALHÃO”.


Se alguém ai se sentiu incomodado ou curioso com as afirmações acima, então leia o livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” de Leandro Narloch. Tal livro aborda a história fora dos chamados “discursos oficiais”. É uma leitura agradável e divertida, com boas doses de ironias e críticas apimentadas. BOA LEITURA!!!

domingo, 23 de janeiro de 2011

COLOMBO E A SÍFILIS.



Durante vários séculos o famoso navegador Cristóvão Colombo foi responsabilizado por levar a sífilis da América para o continente europeu. Segundo relatos, suas embarcações, carregadas de marinheiros infectados, haviam transportado a doença de um continente a outro.
Pois bem, depois de muito tempo carregando esta péssima fama,eis que surgem dois esqueletos encontrados no cemitério de uma igreja apresentando sinais característicos da doença como deformidades dos ossos e ataduras nos crânios e nos membros.
Após pesquisas relizadas nos objetos que acompanhavam os esqueletos, constataram que os mesmos tenham sido enterrados entre os anos 1200 e 1400, bem antes, portanto, da famosa viagem de Colombo, em 1492. Segundo Brian Connell, responsável pela pesquisa, o famoso navegador não foi o responsável pelo surgimento da doença na Europa.
Agora, só nos resta um pedido de desculpas a este importante personagem da História sempre presente em nossos livros didáticos. Tenho certeza que, a partir de agora, ele descansa tranquilo sabendo que não foi o "mensageiro" da sífilis na Europa.
Fonte: Revista "Aventuras na História, edição 89, Dezembro de 2010.

domingo, 16 de janeiro de 2011

A BUSCA POR UMA SOCIEDADE CIVILIZADA E MODERNA: A "CONTRIBUIÇÃO" DA TUBERCULOSE PARA O EMBRANQUECIMENTO DA NAÇÃO.


Na virada do século XIX para o XX, a capital federal de então, Rio de Janeiro, vivia constantemente assolada por epidemias de doenças como tuberculose, a febre amarela, e a varíola , sendo que, a vacina obrigatória desta última acabou provocando um dos maiores conflitos entre a medicina oficial e a medicina popular da história de nosso país: A Revolta da Vacina, em 1904.
Entretanto, o objetivo deste post não é relatar a Revolta da Vacina, mas sim compreender de que maneira as políticas públicas de combate a determinadas doenças podem se relacionar ao projeto de construção de uma sociedade.. Diante disto, e do contexto histórico aqui estudado, lanço a seguinte pergunta: Por que as autoridades públicas da então capital federal Rio de Janeiro direcionaram seus esforços ao combate da febre amarela em detrimento de uma ação de combate à Tuberculose?
Devemos relacionar as ações públicas de saúde à um projeto de sociedade muito defendido entre nossas autoridades na virada do XIX para o XX: A civilização e a modernização de nossa população. Para isto, era fundamental que nosso país passasse por um processo de embranquecimento para alcançar o padrão europeu de civilidade e evolução. E qual relação essa ideologia de modernização da sociedade, predominante no final do séc. XIX para o XX, tem com as políticas públicas voltadas para área da saúde?
Se pegarmos a historiografia que a borda esta temática veremos que, por exemplo, a febre amarela ganhou uma especial atenção de nossas autoridade públicas em detrimento do combate à tuberculose. Por que isto?
Uma das possibilidades de repostas está na relação que tais políticas possuem com o projeto de implantação de um modelo de sociedade. Como a febre amarela atingia em maior quantidade imigrantes que chegavam ao país como italianos e alemães, tal doença precisava ser controlada, pois o Brasil precisava naquele momento do imigrante branco para concretizar o projeto de clareamento de seu povo para assim chegar à tão sonhada civilização.
E a tuberculose? Por que não foi alvo de tanta preocupação? Ora, a tuberculose surgia em locais de aglomerações populares, característica de moradias como os cortiços, que também tinha como grande parte de seus moradores os grupos indesejados para compor a sociedade (pessoas pobres, sem emprego, e na sua maioria constituídos por negros). De acordo com a ideologia de nossas autoridades públicas, que buscavam embranquecer a população a qualquer custo, a tuberculose, de certa maneira, até contribuía para o projeto de civilização que o Brasil tanto almejava uma vez que atingia, principalmente, grupos considerados indesejados para compor a sociedade brasileira.
Portanto, este post buscou relacionar o projeto de sociedade às ações de políticas públicas voltadas para saúde na então capital federal Rio de Janeiro na virada do séc. XIX para o XX.